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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Fingimos ter paciência.


Talvez seja um erro exigir tanto de si mesmo e do mundo. Esperar por milagres diários e que as coisas funcionem de acordo com o nosso roteio. A gente, por incansáveis vezes tenta o plano A e B, C.., Z, e logo as opção se esgotam e você para. Pela primeira vez se vê perdida. E agora? Não é tão simples assim. Quando encaramos nosso reflexo e enxergamos uma frágil camada de alguém que você não se orgulha de ser, tudo começa a perder o sentido e, mudar sua vida, parece cada vez mais complicado.

A vida, em toda sua singela complexidade, no fundo é simples. Mas olha... Ela nunca foi tão difícil! Por isso estou aqui agora, começo da tarde, um céu bonito, sozinha (como sempre), em algum ponto de paz no meio da barulhenta cidade. Não sei por que, mas sempre encontro paz quando estou perto da natureza. Olhar ao meu redor, ouvir o canto dos passáros e ver um esquilo desfilando na minha frente, me faz lembar daquela música do Lenine, "Paciência".. 

"Eu finjo ter paciência.."

A vida é mesmo tão rara!

Meu professor falava ontem na aula sobre motivação, lembro de uma parte que ele citou que, sem motivação, mal levantaríamos da cama e provavelmente teríamos que tomar "remedinhos". E bem, "remedinhos" eu já tomo, mas comecei a pensar no que me faz levantar da cama. Qual é a minha motivação? Sendo bem fria, apenas meu ofício. Meus estudos, a faculdade. De restante, fico na minha cama, muito bem, obrigada. E isso nem de longe é saudável e nem pode ser considerado "vida", ao meu ver. Indo ainda mais além no pensamento, me peguei pensando.. E o que me motiva a continua vivendo então?

Pensei.
Pensei.
Pensei.
Como eu pensei..

A possibilidade de um futuro melhor. Arrisco dizer que, grande parte do mundo, também chegaria a mesma conclusão. Aquela esperança que grita para aguentar firme que o amanhã vai ser sim melhor. Confia, menina. Eu tô falando que vai! 

Será?

Até onde é esperança ou ilusão? Está mesmo em nossas mãos mudar o nosso destino ou fazemos parte apenas de um sigiloso acaso? Porque ultimamente me sinto de mãos atadas perante ao destino, nada parece conspirar e todas as tentativas acabam fracassando, gerando decepção e mais dúvidas. Mas ai a esperança volta a gritar: "Calma! Vai passar, aguenta firme!" E eu sigo esperando. Confio nela, não me pergunte por que. Nem por que confio, nem por que minha cor favorita é verde. Só acho que devo (e devemos) confiar na esperança. Talvez ela saiba algo que eu não sei sobre esse tal de futuro que eu tanto me preocupo..

Poderia dizer que hoje foi mais um mal dia. Talvez tenha sido, talvez seja uma má semana, ou posso ter esperança e paciência. Talvez amanhã seja um bom dia com boas notícias, afinal, ela me mandou confiar. 

Mas dizem que na primavera tudo renasce mais bonito e, eu espero, que com ela chegando, as cores também voltem para a minha vida. 

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