Páginas

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Mapa de Mim


Eu não sou mais a mesma. Eu sei. Tudo muda, o tempo passa.. 

Olhando para trás, consigo perceber o quão profundas foram essas metamorfoses. Sinto como se tivesse morrido uma versão minha, mais impulsiva, destemida, jovem e cheia de certezas. Hoje em dia eu questiono mais o mundo, tenho tantas e tantas dúvidas e perguntas e sede de conhecimento. Talvez isso possa ser considerado maturidade, eu concordo. Mas é um tanto curioso olhar para si e ver suas próprias cicatrizes, ver sua própria história desenhada numa parede, pintada das mais diversas cores, escancarada em verdade para te lembrar das escolhas mais difíceis, dos dias mais felizes e das noites mais tristes. É muita coisa, bagagem que fazem ser quem se é, construção, essência e verdade. Talvez esses aprendizados, esses ensinamentos tenham me levado a querer aprender mais, a buscar saber mais e a entender que na verdade, nada sabemos por aqui.

Quando eu comecei a faculdade, achava que tinha todo o mapa da minha vida adulta nas mãos. Como ser feliz, como ter sucesso, como ser bem sucedida, amizades, amor, tudo estava ali, na palma das minhas mãos, eu sabia o caminho, era só eu ir atrás, parecia tão simples como dois mais dois. Até que eu consegui. Até que eu cheguei lá. Eu tinha tudo. Meu mapa acabou. E agora, qual o próximo passo? Abismo, escuridão. 

Tudo que fiz foi por que eu realmente quis e sonhei ou foi para provar algo para mim? Ou para os outros? Não sei. Talvez eu nunca descubra. Entretanto, isso não significa que me arrependo dos passos que dei, ao contrário, sou tão grata por esse caminho ter me levado exatamente ao aqui e ao agora. 

Porém, descobrir o próximo passo e, principalmente, quem eu sou de verdade, fez com que eu levasse muito tapa na cara da vida e percebesse, de modo cru e transparente, todas as minhas metamorfoses. 

Sair de um estado de não ter vontade de sair da cama até um momento de querer descobrir uma nova realidade e criar uma nova realidade para mim e para todos a minha volta, é um processo lento e trabalhosos. Eu orgulhosamente digo que estou firme, eu e eu, fortes, duras na queda e seguras como sempre de que vamos atravessar e que tudo nessa vida tem uma razão. 

Eu sei que esses questionamentos querem me trazer reflexões e respostas importantes, eu sei que tudo que vejo e lei quer me levar para um outro nível de consciência e eu estou aberta a aprender. 

Eu achava que a vida era uma corrida contra o tempo para ter dinheiro, para ser bem sucedido, para ter a vida dos sonhos. Hoje eu sei que a vida é pausa. É aproveitar o momento. É desfrutar cada segundo. É agradecer por ter o tempo para fazer tudo ao seu tempo. É agradecer por poder correr, se quiser, mas entender, que não precisa. Eu sou meu próprio tempo e eu sou meu mundo. Sou mais importante que tudo que possa estar acontecendo ao redor, sou a minha prioridade. 

Esse entendimento mudou minha vida. 

Agora sei que, independente dos caminhos que minhas perguntas me levem, eu jamais vou me abandonar de novo, ou achar que um mapa pode me levar para um caminho diferente se não meu próprio coração. 

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

(Pré)Ocupação



Presente. Momento atual. Vivência atuante, instante que no segundo seguinte já virou passado. Uma complexidade temporal no meio de pensamentos e devaneios entre passado e presente. Tentativa incansável de ser presença no momento presente. Viver o instante atual. Agora. Por que nesse instante, o que era agora já não é mais, virou passado. 

Se preocupar, com o que fez, com o que deixou de fazer, com o que deseja fazer. São "que's" de um momento não atual, que não estamos nesse momento. Então, como resolver a equação? O sentimento de que nossa vida está fora de nosso controle, quando é justamente aí, quando mais temos o controle dela. 

O que fizemos, está feito. É passado. A dor, mágoa, problemas, danos, vergonha, o que quer que seja, não te pertence nesse tempo atual. Faz parte de uma versão sua de antes. De um ontem. De um passado que passou e que deve ensinar algo para essa sua versão presente. Ensinar, apenas isso. Qual ensinamento? Cabe a você decidir. Você pode escolhe aprender a perdoar ou pode aprender a se desculpar, afinal, o que passou, passou e o que quer que seja, está no passado, não faz mais parte de você. Você pode escolher aprender a usar o tempo presente para resolver agora o que precisa ser resolvido, palavras não ditas, situações mal resolvidas. Tudo agora, sem deixar para depois, sem esperar melhores circunstâncias, sem enrolar ou fazer pela metade. Você pode aprender a se preocupar, esperar, deixar pro futuro, ou remoer o passado. Eu espero que você não escolha a última opção. 

O que você deixou de fazer, não estava no seu destino, não era para você. Tudo que é seu, encontrará uma maneira para chegar até você. Não viva no "e se", ou num tempo hipotético que nem vivido foi, nem será. Presente. Presença. Tempo atual. É tudo que você tem. Suas escolhas foram feitas com tudo que você tinha naquele momento, com a sua melhor versão e acredite, isso é mais do que o suficiente. Seu propósito é 100% ligado a essa versão e a cada passo que ela dá, no presente. 

O que você deseja fazer.. Ah, o futuro! Parece tão perfeito quando fechamos os olhos e imaginamos o mundo ideal. O cenário de conto de fadas que nos permite ter esperança, continuar em frente, aguentar nossos dias monótonos e tediosos. Sempre na esperança do dia, ah, daquele belo dia, que o futuro chegará e então, tudo aquilo vai ter valido a pena, finalmente as coisas vão fazer sentido e você vai poder sentir que consegue respirar, talvez pela primeira vez de verdade em toda sua vida. 

É isso, né? Eu sei, eu entendo o que você sente. 

É por conta desse sentimento que passamos a vida seguindo regras ou expectativas de outras pessoas, que priorizamos segurança ante dos nossos sonhos e da nossa liberdade. A esperança é nosso maior bem e nosso maior mal. É por ela que vemos a vida passar, que nos condenamos e esperamos pelo futuro ideal que nunca chega, é por ela que esperamos momento perfeito, fantasiamos situações, um futuro ilusório. 

Tudo isso se torna uma grande ilusão a partir do momento que esquecemos que ao esperarmos por esse futuro que nunca chega, perdemos o hoje e o agora e cada segundo que passa e passou, o tempo vai passando e passou e não vi, não vemos. A vida corre diante dos nossos olhos, cada vez mais rápido. De repente acabou a semana, o mês passou voando, já é dezembro. E o que fizemos? E os nossos sonhos? E esse tão sonhado futuro? Continua no futuro. Sempre lá, distante, ideal, ilusório, fazendo com que insistamos, persistamos, continuemos. Calados, obedientes, seguros em nossas bolhas, seguindo as expectativas impostas em nossa vida. Mas.. Quem impôs? A quem obedecemos? Somos adultos, ora bolas! Deveríamos saber o que fazer, ou minimamente sermos donos disso que chamamos de nariz.

Hoje, só para variar, eu cansei que pensar em planos em 5 ou 10 anos, ou em que eu quero ser no futuro ou quando crescer. Cansei em planos para aposentadoria, segurança fajuta, ou plano de carreira. Eu quero saber do que eu posso fazer hoje para ficar mais perto do meu sonho de ver o pôr do sol no Caribe, viver de palavras e correr no campo mais verde que eu encontrar. O que eu posso fazer para ser livre de mim mesma, das minhas próprias amarras, expectativas e crenças. O que posso fazer hoje para ser uma criança solta e só viver o agora, lidando com meus problemas e expectativas possíveis em 24h. O amanhã, se vier, é um mistério, que não me cabe pensar ainda, afinal, eu ainda não cheguei lá. Um dia de cada vez. Um amanhã de cada vez. 

O que a vida tem a me oferecer de cru e belo eu quero descobrir, eu quero viver, quero sentir na pele, ajudar, ver o mundo. Seja por hoje, por uma semana, um ano, ou pelo tempo que eu viver. O destino é quem sabe. 

O que eu sei? É que não cabe a mim, me pré-ocupar com complexidades temporais.. 

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Presa num limbo




A vida é cheia de ciclos. Você sabe, todo mundo vive eles. Ciclos pessoais, ciclos profissionais, ciclos de amadurecimentos, ciclos profundos, ciclos maduros e espirituais. Tem momentos na vida que nossa alma pede mais da gente, cobra mais da gente e vamos dando, até o espaço ficar pequeno para tanto, ai chega a hora de mudar. Mudanças nunca são fáceis, entender que o ciclo finalizou, que você talvez não esteja mais pertencente aquele ambiente, espaço, círculo social, tá tudo bem, acontece. O difícil é quando o desconforto, a sensação de desgaste rompe todas as barreira e suga toda sua energia, não há outra alternativa se não a mudança. Você tenta uma mudança pequena, uma mudança situacional, uma mudança de lugar, de atitude, mas nada adianta. Quem sabe, o problema não é você e nem o meio, talvez o problema seja o encaixe, o match. Sabe quando uma relação desgata, desgata e você sabe que chega ao fim? Cada dia que se insiste mais é um martírio, é um sofrimento desmedido, sufoca, tira a paz, a calma, rouba os pensamentos e pesa o coração. Você ocupa um lugar que não é mais seu e o seu lugar de pertencer está ai, solto pelo mundo, te esperando chegar e você ainda está ali, preso. Como é difícil. Mas o que te prende? A vida adulta, as contas, o dia a dia, a rotina, as obrigações. O mundo dos resultados, trabalhos e entregas está pouco se lixando para como se você se sente e encara tudo isso. É cruel e é a vida. Paciência.Enquanto eu espero, eu vejo a vida passar, sem forças para fazer nada além, ser forças para me notar, sem forças para o mínimo. Me sinto acorrentada, fraca, cansada, presa a uma situação que não me cabe mais, em que não vivo mais, mas ainda estou presa. Assisto todos os dias serem iguais, vejo as semanas começarem e terminarem com a mesma ansiedade, espera e desespero. Vejo os dias começarem e terminarem ansiosos, atualizando e esperando horas e fio. Todos os dias o mesmo dia. É difícil. Nessa, dias, semanas, meses e eu ainda espero, inquieta, sem saída. 

Minha alma pede mais, pede tanto, pede vida, pede ar, pede liberdade, novidade, vibração. Enquanto eu espero, o tic-tac do relógio me condena. Há tanta vida lá fora, há tanto por fazer e essas correntes que me apertam um dia ainda serão apenas um capítulo da história lembrada com um gosto doce de quem superou mais essa etapa. 

E os ciclos seguirão, profundos, vivos. Assim como novos virão, porque essa é a lei da vida. 

Mal posso esperar.

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Metamorfoses



Hoje parei para pensar, sobre minhas versões. Sobre meus diferentes eu's que, durante cada idade foram, entre muitos erros e acertos, certas lições que nunca parei de fato para refletir. 

Encarei meu reflexo no espelho e encarei a coragem dos meus 16 anos. A menina que se achava mulher, tão desbravadora e cheia de certezas que eu era. Parecia que eu tinha sempre uma resposta na língua, verbos sempre no imperativo, uma energia tão viva que contagia. Eu tinha uma luz viva, uma crença na vida de que tudo daria certo que era inabalável. Tenho um nome melhor para isso, fé. Eu poderia até dizer que eu sonhava alto, mas não seria a palavra exata, eu tinha convicção que isso já era uma realidade, uma realidade num futuro distante, porém, uma realidade. Eu achava o maior dos absurdos ver adultos descrentes com a vida ao meu lado, parados, inertes, desacreditados. Existia beleza em tudo que eu olhava e era simplesmente impossível que todos também não enxergassem. 

Eu sei o que você deve estar pensando, essa menina deveria estar vivendo um amor cego. 

Ok, eu sempre fui lá um pouco intensa com meus sentimentos. Mas amor, relacionamentos, sempre foi a última prioridade da minha lista, sempre vi a vida como muito, muito além disso. 

Ai, a vida foi acontecendo. Não só a vida, como as responsabilidades, as obrigações, a rotina, os empregos, o tempo passando cada vez mais depressa, as decepções, as mudanças, os boletos, as transformações. 

E no tic tac do relógio, tanta coisa acontece, tanta vida passa e a gente se pergunta, em que parte do caminho eu me deixei? Eu me perdi?

Claro, eu já me pedi várias vezes pelo caminho, já voltei mil vezes para me encontrar. Porém, em determinado ponto da vida, já não tem mais como voltar, o dano é irreversível, se tem muito mais a perder do que a ganhar. 

E ai, o que a gente faz?

Quantas pessoas vemos por ai, vivendo vidas perdidas, robóticas, fazendo o que esperam delas, sem nenhuma voz ou vontade, perdidas em personagens criados por circunstâncias que, nessa altura, nem devem mais importar, ou nem existem mais. Do que temos tanto medo? A quem devemos tanta obediência? Quem tanto nos condicionou? 

Hoje, eu ainda enxergo leves traços daquele jovem garota sonhadora, desbravadora e corajosa em mim. Vejo sua liberdade e sua praticidade operante. Ainda, as vezes, me lembro de olhar pela janela e ver beleza em um belo dia de sol, lembro de sorrir ao ver uma criança feliz. Lembro de como era e da vida inteira cheia de sonhos que sonhei para mim e corri atrás de ter. Talvez o sonho não tenha saído como o planejado, mas o objetivo foi cumprido, aqui estou eu. 

Me pergunto, o que devo aprender com ela? Como posso ter mais dela em mim? E o que eu, com essa maturidade e um pouco de amargura, posso ensinar para a minha pequena garota sonhadora?

Posso ensinar a ser forte, a me levantar mesmo nas situações mais difíceis e acreditar que vai ficar tudo bem, porque sempre vai. Ter cuidado com as certezas, a vida destrói todas elas, questiona tudo que temos com certo e revira nossa realidade de ponta a cabeça. Não se afastar, de maneira nenhuma da sua família e amigos, você vai sentir muita saudade de tudo isso. Você pode achar que sabe bem viver sozinha, mas não sabe, nunca aprendeu, você sempre se manteve ocupada e distraída e isso te iludiu muito bem, não queira aprender, valorize as pessoas que te amam e que você ama. Se cerque de amor. Ninguém é feliz sozinho. E por fim, confie na sua intuição e não tenha medo de ir atrás dos seus sonhos, como essa velha madura aqui, está, nesse exato momento, com medo de fazer. 

Rompa as amarras que te você está visualizando, elas são invisíveis. Aquela jovem destemida estava certa, nada nesse mundo te prende, nada nesse mundo te detêm, você não precisa viver uma vida que não faz sentido por condicionamentos sociais, não se engane. Aproveite a maturidade da sua fase atual, mas não perca a coragem da sua jovialidade. E nunca se esqueça que, tanto lá, quanto agora, a coisa mais importante e que motiva cada decisão sua é uma coisa só: liberdade. 

Então voa, o mundo ainda é seu e essa história, ainda está apenas no começo. 

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Será que "vale a pena"?



Aquela noite eu chorei até meus olhos mal conseguirem abrir. Era uma sensação diferente, de perda, como se alguém pegasse seu coração na mão e amassasse como uma bola de papel. Eu sabia quem era esse alguém, eu sabia e talvez o que doía mais era saber quem estava fazendo aquilo e não a dor que eu sentia em si. Talvez seja a consequência de ser intensa em tudo que sente, em tudo que é, nas atitudes, palavras, ações, sentimentos. Quanto de sentimento tinha em mim, ainda tem.

Quando o conheci parecia uma colisão de estrelas, a lua e marte em um eclipse perfeito no céu. Quando a vida finalmente olha para você e diz que acabou aquela história de pessoa certa no tempo errado ou tempo certo e pessoa errado, era tudo certo, eu sentia com toda a verdade do meu ser que era sincero em tudo que dava. Os beijos, as conversas, os planos, os toques, o querer, as músicas de amor que foi cantada do pé do meu ouvido quando eu só queria dormir, tanta coisa compartilhamos, tanta coisa vivemos em tão curtos dias, as  horas sempre voavam quando eu estava do seu lado, mas não me importava, porque cada segundo de você me fazia feliz por uma eternidade. 

E sempre valia a pena. 

Engraçado que ele sempre dizia não gostar dessa colocação "valer a pena" como se algo para valer precisava ter uma pena. Hoje eu entendo mais do que nunca o significado de valer a pena. Valeu, valeu porque eu descobri que ainda existe um tanto enorme de amor em mim para dar, um mala cheia de sonhos e vontades de dividir tudo isso com alguém, de viver noites de sábado, manhãs de domingo, ou qualquer dia aleatório na semana desde que seja com a pessoa que fazia borboletas no meu estômago e o meu coração disparar. Mas a pena por isso, eu não pensei que fosse tão cruel. 

Foi como um cometa cruzando o céu e num piscar de olhos, sem a menor explicação ou lógica sumia da minha vista, se perdia no céu em busca da sua tal liberdade. Estar junto nunca significou a perda de tal. Jamais fui prioridade ou única em sua vida, mas eu queria estar nos momentos de alegria e tristeza, queria que fosse um querer reciproco, experiencias e vivencias compartilhadas, mas acho que só fui ingênua demais.

Não dá para culpar o outro por não querer, por não se entregar, por fugir ou priorizar a própria liberdade, eu também já fiz isso. Só que entender, concordar, saber o que devo fazer agora não torna as coisas mais fáceis. mais suportáveis, continuam doendo e rasgando o peito como se não fosse ter um amanhã. Dizem que quando você está em um momento de muito sofrimento, você precisa chorar, colocar tudo para fora, porque faz bem para alma e faz bem expulsar tudo que está pesando dentro de você para conseguir em frente, não sei quando vou terminar de colocar tudo para fora, quando que vou me sentir pronta novamente para abrir minha vida para uma nova pessoa, dando a chance de ter meu coração partido mais uma vez. 

Eu tinha tanta certeza de você, tanta certeza da gente.. Você me deu tanta certeza.

O que me faz pensar que não existem certezas, não existem garantias quando falamos de amor. Eu sei, no fundo eu sempre soube.

Eu te entendo, meu bem. Mas isso não torna mais fácil te esquecer, apagar nossos momentos e deixar de desejar que você estivesse aqui comigo agora e todos os dias. Eu levo arrependimentos, em todo o tempo que você esteve aqui e não deixei de me entregar e viver intensamente com você cada segundo, as lágrimas no meu rosto são à prova disso, prova da saudade e tamanha falta que você irá fazer na minha vida.

Mas eu te deixo livre, o ninho que você tinha nos meus braços se perdeu no tempo e o amanhã é tão incerto, mesmo sendo difícil e sem perspectivas agora, eu te garanto que eu estarei muito bem.

É hora de secar as lágrimas, guardar nossas memórias em uma caixinha trancada a 7 chaves dentro de mim, seguir em frente com a minha vida e meus sonhos e viver novas memórias com alguém que divida a mesma vontade e intensidade que eu tenho de viver uma incríveis história de amor.

E esse alguém não será você.  

domingo, 12 de agosto de 2018

E aqueles seus velhos sonhos?



Somos muito mais do que pensamos ser. Antes de qualquer pessoa ter uma impressão certa ou errada sobre nós mesmos, nós próprios nos julgamos o tempo todo. Não falo apenas da questão da aparência, muito gorda, muito magra, essa roupa fica bem em mim? Digo no sentido mais intrínseco e emocional de nós mesmos, pensamos sermos incapazes de alcançar nossos sonhos por parecerem desafiadores  demais ou que a chance é uma em um milhão, deixamos de tentar por medo de perder, antes mesmo de arriscar, porque o tempo todo duvidamos do nosso potencial. Mas por que fazemos isso com nós mesmos?

Porque quando somos crianças, ouvimos dizer que podemos ser astronautas, presidente, cantora ou bailarina e quando crescemos deixamos de acreditar que realmente podemos, que realmente somos capazes. Em que momento de crescer e amadurecer deixamos de acreditar nos nossos sonhos e os trancamos no velho baú de brinquedos ou velhas travessuras. Jamais diríamos para nossa criança que ela não seria capaz de ser o que ela quiser ser, mas porque constantemente fazemos isso com nós mesmos?

Por tantas vezes nem é algo proposital, a vida vai empurrando nossos sonhos para depois, porque primeiro é preciso pensar em um emprego para se manter, pagar as contas e se estabilizar. E ai chegamos em casa cansados demais, nossos dias se tornam pequenos demais, nossa esperança fica menor, nossa fé em nós mesmos também, a rotina começa a nos convencer que somos felizes e satisfeitos do jeito que tá, com o emprego estável, a vida segura com a confortável rotina. Mas até quando será suficiente? Até quando viveremos olhando para o passado e perguntando o que poderia ter sido se tivéssemos ariscado..

Se por um instante de insensatez tivéssemos tentado..

No fim das contas, o que fazemos é o que importa, nossas atitudes e ações levam nosso coração, principalmente as que temos com nós mesmos, com a nossa vida.

E se tentássemos momentos de insensatez todos os dias, cochichando baixinho para nós mesmo que somos capazes de seguir e alcançar nossos sonhos mais insanos até termos coragem de gritar isso para quem ousar dizer que é difícil ou que não podemos correr o risco. Toda  grande ideia já foi um grande risco algum dia. Ninguém está dizendo que é fácil, mas também ninguém está dizendo que é impossível.

Que tal começarmos a olhar com mais carinho para a forma como nós nos enxergamos, nos julgamos e, principalmente, para os velhos sonhos trancados que seu antigo eu tinha.


dica de música: 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Levantar vôo

Não prenda minhas asas, não atrapalhe meu vôo, não fique na frente do caminho, não me arraste a qualquer lugar, não feche as janelas. Deixo sempre a mala pronta, meu oi pode ser tchau e assim eu vou.

Eu sempre sonhei com o uma estabilidade madura, um emprego firme, uma vida boa, tranquilidade, paz.. Mas em uma das voltas que a vida deu, tudo perdeu o sentido, eu não queria nada mais, não quero nada mais.. E o que eu quero? O que vai aquecer meu coração em dias que eu não souber mais para onde ir? Se todo passarinho tem seu ninho, aonde é o meu? Sinto-me com asas engessadas, sinto que tem tanto a me esperar, sinto que essa estabilidade não é meu caminho, pelo menos não por agora..

Eu quero mesmo é voar, é mergulhar em nuvens e descobrir a tonalidade do azul do céu, quero ver de cima cidades e de baixo descobri-las, quero abrigar em mim saudades em vários cantos do mundo, quero ver emoção e culturas, quero me aventurar em algo que eu nunca ousei arriscar, quero ser livre, experimentar essa liberdade sem culpa, sem amarras, apenas seguindo o coração. 

Cada dia mais eu entendo aquela história de não querer crescer, eu quero mesmo é ser criança para sempre, me ver sempre pequena e indefesa do colo da minha mãe. Me lastima esse mundo cruel, me dói a realidade fria, a falta de afeto.. E eu me afasto! Procuro verdade, em pessoas, sentimentos, lugares. Procuro a minha intensidade, entrega e paixão.. Procuro insanidade! 

Até quando vale a pena seguir o lado racional da vida quando você é completamente emoção? Quando cada célula do seu corpo pede entrega e você se amarra. O que fazer quando sabe que se precisa ser mas a falta a capacidade de ser fria e ignorar a voz interior que te grita: "corre, corre muito até conseguir voar" é muito mais alta?

Talvez meu caminho esteja mesmo no céu, no meio das nuvens, de mãos dadas com os pássaros e cantando.