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quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Presa num limbo




A vida é cheia de ciclos. Você sabe, todo mundo vive eles. Ciclos pessoais, ciclos profissionais, ciclos de amadurecimentos, ciclos profundos, ciclos maduros e espirituais. Tem momentos na vida que nossa alma pede mais da gente, cobra mais da gente e vamos dando, até o espaço ficar pequeno para tanto, ai chega a hora de mudar. Mudanças nunca são fáceis, entender que o ciclo finalizou, que você talvez não esteja mais pertencente aquele ambiente, espaço, círculo social, tá tudo bem, acontece. O difícil é quando o desconforto, a sensação de desgaste rompe todas as barreira e suga toda sua energia, não há outra alternativa se não a mudança. Você tenta uma mudança pequena, uma mudança situacional, uma mudança de lugar, de atitude, mas nada adianta. Quem sabe, o problema não é você e nem o meio, talvez o problema seja o encaixe, o match. Sabe quando uma relação desgata, desgata e você sabe que chega ao fim? Cada dia que se insiste mais é um martírio, é um sofrimento desmedido, sufoca, tira a paz, a calma, rouba os pensamentos e pesa o coração. Você ocupa um lugar que não é mais seu e o seu lugar de pertencer está ai, solto pelo mundo, te esperando chegar e você ainda está ali, preso. Como é difícil. Mas o que te prende? A vida adulta, as contas, o dia a dia, a rotina, as obrigações. O mundo dos resultados, trabalhos e entregas está pouco se lixando para como se você se sente e encara tudo isso. É cruel e é a vida. Paciência.Enquanto eu espero, eu vejo a vida passar, sem forças para fazer nada além, ser forças para me notar, sem forças para o mínimo. Me sinto acorrentada, fraca, cansada, presa a uma situação que não me cabe mais, em que não vivo mais, mas ainda estou presa. Assisto todos os dias serem iguais, vejo as semanas começarem e terminarem com a mesma ansiedade, espera e desespero. Vejo os dias começarem e terminarem ansiosos, atualizando e esperando horas e fio. Todos os dias o mesmo dia. É difícil. Nessa, dias, semanas, meses e eu ainda espero, inquieta, sem saída. 

Minha alma pede mais, pede tanto, pede vida, pede ar, pede liberdade, novidade, vibração. Enquanto eu espero, o tic-tac do relógio me condena. Há tanta vida lá fora, há tanto por fazer e essas correntes que me apertam um dia ainda serão apenas um capítulo da história lembrada com um gosto doce de quem superou mais essa etapa. 

E os ciclos seguirão, profundos, vivos. Assim como novos virão, porque essa é a lei da vida. 

Mal posso esperar.

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